Continuando a história dos posts anteriores “Édito de Milão”, “Concilio de Nicéia”, e “De Nicéia até as Cruzadas”, agora chegamos nas Cruzadas...
Quando os Turcos tomaram Jerusalém em 1071 e prosseguiram para conquistar quase todas as províncias Bizantinas na Ásia menor, o Imperador Bizantino, Aleixo I, estava desesperado por ajuda. Sabendo que os Cristãos Ocidentais estavam mais preocupados em assegurar seu acesso para a Terra Santa do que em salvar o império, Alexius I pediu ajuda urgente ao Papa.
Tendo alcançado a estabilidade no Ocidente, Aleixo pode voltar sua atenção para as graves dificuldades econômicas e à desintegração das defesas tradicionais do império. No entanto, ele ainda não tinha pessoal suficiente para recuperar os territórios perdidos na Ásia Menor e para avançar contra os turcos seljúcidas. No Concílio de Piacenza em 1095, os enviados de Aleixo falaram com o Papa Urbano II sobre o sofrimento dos cristãos do Oriente, e ressaltaram que sem a ajuda do Ocidente, eles continuariam a sofrer sob o domínio muçulmano. Urbano viu no pedido de Aleixo uma oportunidade dupla: fazer vínculos de amizade na Europa Ocidental e reforçar o poder papal. Em 27 de novembro de 1095, o Papa Urbano II convocou o Concílio de Clermont, e exortou todos os presentes a pegar em armas sob o signo da cruz e iniciar uma peregrinação armada para recuperar Jerusalém dos muçulmanos no Oriente. A resposta da Europa Ocidental foi esmagadora. (Wikipédia)
Para o Papa Urbano II, o apelo para começar uma “guerra santa” contra a “raça impura” dos turcos islâmicos estava alto. As guerras feudais pela Europa ameaçavam a supremacia do Papa sobre o Cristianismo. A idéia dele foi de trazer paz a Europa colocando um inimigo comum tanto para o Cristianismo quanto para o Império, e ao mesmo tempo reforçava a sua autoridade como Papa.
O Papa Urbano II fez um ótimo discurso, em Clermont na França, para chamar os soldados, os religiosos e a população em geral para a “guerra santa”. O discurso foi tão convincente, que ao final dele as pessoas diziam:
“Essa é a vontade de Deus”
O Papa Urbano confirmou a chamada. Mais ou menos 50 mil soldados cristãos responderam ao chamado do Papa e marcharam a Jerusalém para “Tomar a cidade da Raça impura”.
Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz. (Tiago 3:18)
Estando então equipados com a confiança de que estavam fazendo a “vontade de Deus”, os “Cruzadores” (soldados) partiram para Jerusalém. Ao final de sua peregrinação eles atacaram os Turcos na cidade santa de Jerusalém, erguendo a voz e dizendo “É a vontade de Deus”.
Seria o massacre de Pagãos ou infiéis a vontade de Deus? A maioria dos Cristãos hoje diria que não.
Mas na história do Cristianismo matar não cristãos em uma “guerra santa” não imputava culpa nenhuma para a pessoa, pelo contrário, imputava mérito.
A doutrina de Agostinho de Hipona sobre a guerra, e perseguição de heréticos e não cristãos levou a uma crença de que pela espada chegaríamos a alcançar a causa de Jesus e seu Reino.
E, vendo os que estavam com ele o que ia suceder, disseram-lhe: Senhor, feriremos à espada? E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita. E, respondendo Jesus, disse: Deixai-os; basta. E, tocando-lhe a orelha, o curou. (Lucas 22:49-51)
As Cruzadas são os eventos mais conhecidos da Idade Média. O Papa Urbano II chamou em Novembro de 1095 a primeira das oito Cruzadas.
Primeira (1096-1099), Segunda (1147-1149), Terceira (1189-1192), Quarta (1202-1204), Quinta (1218-1221), Sexta (1228-1229), Sétima (1248-1254), Oitava (1270-1272).
O tamanho da violência liberada contra o “inimigo”, que eram chamados de “uma raça amaldiçoada, uma geração que não tinha o seu coração na direção correta, e que o espírito não estava com Deus”, tem efeitos até os dias de hoje, e também as razões que desencadearam essa guerra. As palavras do Papa fizeram com que esses “inimigos” fossem considerados injustos de viver se não tivessem a “fé católica”e não se rendessem a “Santa igreja”. (Pope Urban’s Clermont Address, “as recordered by Robert the Monk, in Encarta 2000 encyclopedia)
Esse “inimigo”, os Turcos Seljuks, nunca ameaçaram nenhum nação Católica Romana. Eles nem mesmo tinham fronteira com uma. Por muitos anos eles permitiam os peregrinos cristãos a entrar na Terra Santa de Jerusalém e adorar a Cristo, mesmo sendo de Religião diferente da deles.
Essa “raça impura”, como o Papa Urbano os chamava, e a sociedade islâmica em geral, deu muitos sinais de ser menos “alienados” do que seus inimigos cristãos, e podemos ver isso por como eles tratavam uns aos outros e aos seus inimigos.
Will Durant, em seu livro chamado “The Age of Faith, The Story of Civilization” diz que os Muçulmanos eram mais misericordiosos que os Cristãos, que eles mantinham suas palavras mais freqüentemente que os cristãos e mostravam mais misericórdia com os derrotados nas batalhas.
Isso ia além do entendimento dos Cristãos europeus da época. Suas crenças religiosas não levavam em conta a lei natural, ou o conhecimento intuitivo do bem e do mal. Os Cristãos não levavam em consideração que existe bondade naqueles fora da “Santa Igreja”. Com uma fé imoral, todos os não cristãos eram definidos como “malignos” e sem “direito de viver”.
Os Turcos Seljuks então lutaram contra o Império Romano, mas como está documentado na história, eles não eram tão poderosos como os Cruzadores Cristãos. Em uma batalha sangrenta e cruel, a Quarta Cruzada capturou, saqueou, e massacrou a capital Ortodoxa Grega em 1204, retomando Jerusalém.
Dizendo que a Europa era “muito pequena para eles”, o Papa Urbano os advertiu dizendo que eram uma “raça impura”.
A “Terra Santa” caiu em poder dos muçulmanos em 638, e até o meio do século onze dava aos cristãos uma generosa liberdade para adorar a Cristo em Jerusalém. É estimado que mais ou menos 12 mil cristãos tenham ido a Jerusalém adorar a Cristo enquanto a cidade estava em poder dos Turcos Islâmicos. É claro que havia alguma resistência por parte dos muçulmanos, mas nunca começaram uma guerra contra os Cristãos por isso.
Essa “raça impura”, como o Papa Urbano os chamava, e a sociedade islâmica em geral, deu muitos sinais de ser menos “alienados” do que seus inimigos cristãos, e podemos ver isso por como eles tratavam uns aos outros e aos seus inimigos.
Will Durant, em seu livro chamado “The Age of Faith, The Story of Civilization” diz que os Muçulmanos eram mais misericordiosos que os Cristãos, que eles mantinham suas palavras mais freqüentemente que os cristãos, e mostravam mais misericórdia com os derrotados nas batalhas. Por cinco séculos, de 700 a 1200, o Islamismo dominava o mundo em poder, ordem, governo, boas maneiras, qualidade de vida, tolerância religiosa, literatura, ciência, medicina e filosofia.
Quando Saladin (Saladino), o famoso líder Islâmico, recapturou Jerusalém dos Cristãos em 1187 (Após a Segunda Cruzada), ele dificilmente poderia levar alguma culpa por agir em Vingança. Quando os Cristãos se renderam, Saladino mostrou o que os Cristãos não mostravam; Misericórdia.
Assim que os Cristãos se renderam, a matança acabou. Os sobreviventes foram soltos e puderam voltar para suas terras, e os mais pobres eram transportados por conta de Saladino.
Agora uma pergunta um pouco difícil de ser respondida, Quem você acha que vai ter um julgamento melhor no dia do trono branco (Apocalipse 20)? Os soldados cristãos? Ou o muçulmano Saladino?
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia (Mateus 5:7)
Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo. (Tiago 2:13)
De acordo com os ensinamentos de Agostinho, o grande teólogo católico, as cruzadas eram uma guerra “justa”, porque eram desprovidas do “mal que existe nas guerras”, que ele dizia ser “amor pela violência, crueldade, vingança, ganância pelo poder, etc.”( Augustine, "Against Faustaus, the Manichaean," Book XXII, Par. 74)
Mas ao contrario disso, a historia nos mostra que as Cruzadas eram exatamente assim. Mas elas eram consideradas “justas” pela razão mais fundamental de todas: Que eles eram guiados pela vontade de Deus!
Aqui as próprias palavras de Agostinho de Hipona:
“O homem não pode ser culpado na guerra se carrega a autoridade de Deus, porque todos que servem a ele sabem que ele nunca iria requerer o que é errado” (Augustine, "Against Faustaus, the Manichaean," Bk XXII, Par. 75)
E quem melhor para declarar que uma guerra é “Justa” do que o próprio Papa, o vigário de Cristo na Terra?
A mais de 900 anos atrás, depois que o Papa Urbano II prometeu as soldados das Cruzadas a “remissão dos seus pecados” e “a certeza de uma gloria imperecível no Reino dos céus” para que eles entrassem em guerra, todos eles tinham a certeza que isso era “a vontade de Deus”.
Vontade de Deus?
Mais uma vez, seria a vontade de Deus o massacre de Pagãos e não Cristãos? Acredito que a maioria hoje responderia que não.
Mas na história do Cristianismo matar não cristãos em uma “guerra santa” não imputava culpa nenhuma para a pessoa, pelo contrário, imputava mérito.
A doutrina de Agostinho de Hipona sobre a guerra, e perseguição de heréticos e não cristãos levou a uma crença de que pela espada chegaríamos a alcançar a causa de Jesus e seu Reino.
Mas o que fazia os ensinamentos de Agostinho ainda mais corruptos era a associação em sua mente entre “a guerra com ordem divina” e a tentativa de converter os pagãos e matar os heréticos. A violência não era apenas justificada, mas era um mérito quando praticada contra aqueles com outras crenças religiosas.
A Igreja na “Dark age” seguia os ensinamentos de Agostinho. Leo IV dizia que todos que morressem em batalha defendendo a Igreja receberiam uma porção no paraíso; João VIII ensinava que essas pessoas além disso seriam Mártires. (P. Johnson, A History of Christianity, Atheneum, New York, 1976, p. 242. Leo IV reigned as pope from AD 847-855 and John VIII from AD 872-882. And later, of course, Urban II promised them heaven.)
Pior que um não Crente?
De acordo com o Novo Testamento, é possível ser pior que um não Crente.
Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel. (1 Timóteo 5:8)
O Papa Urbano II enviou as Cruzadas para “resgatar” a cidade Santa das mãos dos infiéis com essas memoráveis palavras:
“Jerusalém é centro da Terra, essa terra é mais fértil que todas as outras, como um paraíso. Nesse lugar o Redentor da humanidade fez muitas coisas ilustres, consagrou a sua paixão, foi redimido pela sua morte, e glorificado na ressurreição” ("Pope Urban's Clermont Address," as recorded by Robert the Monk, in Encarta 2000 Encyclopedia)
Mas a história nos mostra que neste mesmo lugar, aconteceu a maior vergonha para o Cristianismo, o que eles chamavam de “guerra justa”. Mas contrariando as palavras do seu salvador, eles não mostraram misericórdia.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia (Mateus 5:7)
Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo. (Tiago 2:13)
Então como eles escaparão do justo julgamento de Deus?
Gloria Imperecível
Imperecível significa uma coisa que nunca perece, que dura pra sempre.
E foi isso que o Papa prometeu aos Cruzados (como eram chamados os soldados cristãos), a remissão dos seus pecados e uma gloria imperecível.
Já se passaram muitos séculos desde as cruzadas, mas até hoje os muçulmanos odeiam os cristãos por causa disso. O sangue derramado naquela época pode ser lavado algum dia pela igreja? A mesma igreja e o mesmo Papa que perdoou os cruzados dos seus pecados asseguravam uma gloria imperecível para eles.
As cruzadas foram um massacre contra os “infiéis”, sem nenhuma misericórdia eles matavam todos que não eram cristãos. Mas o pior ainda está por vir.
Steve Runciman, um historiador das cruzadas, escreveu:
" The harm done by the Crusades to Islam was small in comparison with that done by them [the Crusaders] to Eastern Christendom."
Traduzindo “A maldade feita pelos Cruzados ao islã foi pequena em comparação com o que eles fizeram aos Cristãos orientais” (From the conclusion to Steven Runciman (1954), A History of the Crusades: Volume III: The Kingdom of Acre and the Later Crusades (Cambridge: Cambridge University Press: 0521347726)
A Quarta Cruzada foi muito além de capturar a saquear a Capital Oriental da Constantinopla, onde a igreja e o povo, embora cristãos, não estavam sob a autoridade do Papa.
O império Bizantino nunca mais se recuperou dessa “paulada”, onde mais tarde alienou as divisões Orientais e Ocidentais do Cristianismo, que se encontravam divididas por não concordarem com alguns dogmas da igreja Romana (adoração a Santos, cobrança de indulgencias, etc.), os Católicos do Oriente tinham a Igreja Ortodoxa que não estava sobre o domínio do Papa.
Max Dimont, em seu livro “The Indestructible Jews”, diz que os cristãos orientais sofreram nas mãos dos seus irmãos ocidentais mais que os judeus. (M. Dimont, The Indestructible Jew (Signet reprint of the New American Library hardcover edition, 1973), p. 272-275)
Dimont lista em detalhes o caminho sangrento que os cruzados deixaram na Europa enquanto marchavam pelo continente lutando, saqueando, matando e morrendo pelas mãos dos próprios cristãos.
“For instance, of the 600,000 men who began the First Crusade, 25,000 remained alive three years later to capture and slaughter the inhabitants of Jerusalem. "The rest had perished of disease and hunger, or had died gruesome deaths in revengeful uprisings by the Christian populations whose lands the rapacious Christians had traversed." ( Dimont , p. 273-274)
Traduzindo “Para constar, dos 600,000 homens que começaram a primeira cruzada, 25,000 estavam vivos três anos depois para capturar e abater os habitantes de Jerusalém. O resto tinha morrido por doenças e fome, ou morreram pelas mãos dos cristãos que tiveram suas terras tomadas”(Dimont, p.273-274)
Ele escreve que a Cruzada Albigense, foi a mais “repreensiva” de todas, onde 99% dos “alvos” foram eliminados, perto de 1 milhão de pessoas, em um holocausto mais devastador para os albigenses (Conhecidos como Cátares) do que o Holocausto nazista para os Judeus.
Geralmente é aceito pela maioria dos estudiosos que o catarismo surgiu em meados de 1143, quando surgiram os primeiros relatos de um grupo defendendo crenças similares em Colónia pela clérigo Eberwin de Steinfeld,[4] o catarismo acreditava no dualismo, professando a existência de um deus do Bem e outro do Mal, Cristo seria o deus do bem enviado para salvar as almas humanas, após a morte as almas boas iriam para o céu, enquanto as más iriam praticar metempsicose.[5] Os cátaros eram especialmente numerosos em Occitânia (sul da atual França),[6] e sua liderança era protegida por nobres poderosos,[7] e também por alguns bispos, que se ressentiam da autoridade papal em suas dioceses. Em 1178 Henri de Marcy, legado do papa, qualificou as populações de implantação cátara com a alcunha em latim de sedes Satanae, sedes de Satã.[8]
Quando as tentativas diplomáticas do Papa Inocêncio III para reverter o catarismo falharam[9], mais proeminentemente o suposto assassinato do legado papal Pierre de Castelnau, Inocêncio III declarou uma cruzada contra o Languedoc em 1208. A Inquisição foi criada em 1229 para erradicar os cátaros remanescentes, operando no sul de Toulouse, Albi, Carcassonne e outras cidades durante todo o século XIII, e uma grande parte do século XIV, extirpando definitivamente o movimento.[10] (Wikipédia)
O Historiador Steve Runciman escreve que as cruzadas eram “um trágico e destrutivo episódio” onde:
There was so much courage and so little honor, so much devotion and so little understanding. High ideals were besmirched by cruelty and greed, enterprise and endurance by a blind and narrow self-righteousness; and the Holy War itself was nothing more than a long act of intolerance in the name of God, which in itself is a sin against the Holy Ghost.
Traduzindo, “Existia muita coragem e muita pouca honra, muita devoção e muito pouco entendimento. Altos ideais eram denegridos por crueldade e ganância, as tropas e a resistência por um cega e estreita certeza centrada em si mesmo; a e guerra santa por si só não era nada mais que um ato de intolerância em nome de Deus, que por si só pecava contra o Espírito Santo” (S. Runciman , quoted in J. Riley-Smith, "The Crusading Movement and Historians," in The Oxford Illustrated History of the Crusades , p. 6.)
Então as Cruzadas foram a vontade de Deus ou do Diabo?
Podemos conhecer a arvore pelos seus frutos não é verdade?
Essas evidencias demandam um veredicto da Epistola de Tiago sobre essas guerras, as Cruzadas.
De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês? Vocês cobiçam coisas, e não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem. Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres. (Tiago 4:1-3)
E o versículo 4 deixa bem claro a quem isso se aplica, a todos nós...
Adúlteros, vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus. (Tiago 4:4)
Agora estamos quase chegando na Inquisição, mas para entender bem a inquisição primeiro temos que entender o que aconteceu com os Cátares, o que a igreja fez com eles, e ai sim chegaremos na Inquisição, e depois da Inquisição o início da reforma protestante, e as conseqüências de todos esses eventos até os dias de hoje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário