quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

As Cruzadas

Continuando a história dos posts anteriores “Édito de Milão”, “Concilio de Nicéia”, e “De Nicéia até as Cruzadas”, agora chegamos nas Cruzadas...



Quando os Turcos tomaram Jerusalém em 1071 e prosseguiram para conquistar quase todas as províncias Bizantinas na Ásia menor, o Imperador Bizantino, Aleixo I, estava desesperado por ajuda. Sabendo que os Cristãos Ocidentais estavam mais preocupados em assegurar seu acesso para a Terra Santa do que em salvar o império, Alexius I pediu ajuda urgente ao Papa.



Tendo alcançado a estabilidade no Ocidente, Aleixo pode voltar sua atenção para as graves dificuldades econômicas e à desintegração das defesas tradicionais do império. No entanto, ele ainda não tinha pessoal suficiente para recuperar os territórios perdidos na Ásia Menor e para avançar contra os turcos seljúcidas. No Concílio de Piacenza em 1095, os enviados de Aleixo falaram com o Papa Urbano II sobre o sofrimento dos cristãos do Oriente, e ressaltaram que sem a ajuda do Ocidente, eles continuariam a sofrer sob o domínio muçulmano. Urbano viu no pedido de Aleixo uma oportunidade dupla: fazer vínculos de amizade na Europa Ocidental e reforçar o poder papal. Em 27 de novembro de 1095, o Papa Urbano II convocou o Concílio de Clermont, e exortou todos os presentes a pegar em armas sob o signo da cruz e iniciar uma peregrinação armada para recuperar Jerusalém dos muçulmanos no Oriente. A resposta da Europa Ocidental foi esmagadora. (Wikipédia)



Para o Papa Urbano II, o apelo para começar uma “guerra santa” contra a “raça impura” dos turcos islâmicos estava alto. As guerras feudais pela Europa ameaçavam a supremacia do Papa sobre o Cristianismo. A idéia dele foi de trazer paz a Europa colocando um inimigo comum tanto para o Cristianismo quanto para o Império, e ao mesmo tempo reforçava a sua autoridade como Papa.



O Papa Urbano II fez um ótimo discurso, em Clermont na França, para chamar os soldados, os religiosos e a população em geral para a “guerra santa”. O discurso foi tão convincente, que ao final dele as pessoas diziam:



“Essa é a vontade de Deus”



O Papa Urbano confirmou a chamada. Mais ou menos 50 mil soldados cristãos responderam ao chamado do Papa e marcharam a Jerusalém para “Tomar a cidade da Raça impura”.



Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz. (Tiago 3:18)



Estando então equipados com a confiança de que estavam fazendo a “vontade de Deus”, os “Cruzadores” (soldados) partiram para Jerusalém. Ao final de sua peregrinação eles atacaram os Turcos na cidade santa de Jerusalém, erguendo a voz e dizendo “É a vontade de Deus”.



Seria o massacre de Pagãos ou infiéis a vontade de Deus? A maioria dos Cristãos hoje diria que não.



Mas na história do Cristianismo matar não cristãos em uma “guerra santa” não imputava culpa nenhuma para a pessoa, pelo contrário, imputava mérito.



A doutrina de Agostinho de Hipona sobre a guerra, e perseguição de heréticos e não cristãos levou a uma crença de que pela espada chegaríamos a alcançar a causa de Jesus e seu Reino.



E, vendo os que estavam com ele o que ia suceder, disseram-lhe: Senhor, feriremos à espada? E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita. E, respondendo Jesus, disse: Deixai-os; basta. E, tocando-lhe a orelha, o curou. (Lucas 22:49-51)

As Cruzadas são os eventos mais conhecidos da Idade Média. O Papa Urbano II chamou em Novembro de 1095 a primeira das oito Cruzadas.

Primeira (1096-1099), Segunda (1147-1149), Terceira (1189-1192), Quarta (1202-1204), Quinta (1218-1221), Sexta (1228-1229), Sétima (1248-1254), Oitava (1270-1272).

O tamanho da violência liberada contra o “inimigo”, que eram chamados de “uma raça amaldiçoada, uma geração que não tinha o seu coração na direção correta, e que o espírito não estava com Deus”, tem efeitos até os dias de hoje, e também as razões que desencadearam essa guerra. As palavras do Papa fizeram com que esses “inimigos” fossem considerados injustos de viver se não tivessem a “fé católica”e não se rendessem a “Santa igreja”. (Pope Urban’s Clermont Address, “as recordered by Robert the Monk, in Encarta 2000 encyclopedia)

Esse “inimigo”, os Turcos Seljuks, nunca ameaçaram nenhum nação Católica Romana. Eles nem mesmo tinham fronteira com uma. Por muitos anos eles permitiam os peregrinos cristãos a entrar na Terra Santa de Jerusalém e adorar a Cristo, mesmo sendo de Religião diferente da deles.

Essa “raça impura”, como o Papa Urbano os chamava, e a sociedade islâmica em geral, deu muitos sinais de ser menos “alienados” do que seus inimigos cristãos, e podemos ver isso por como eles tratavam uns aos outros e aos seus inimigos.

Will Durant, em seu livro chamado “The Age of Faith, The Story of Civilization” diz que os Muçulmanos eram mais misericordiosos que os Cristãos, que eles mantinham suas palavras mais freqüentemente que os cristãos e mostravam mais misericórdia com os derrotados nas batalhas. 

Isso ia além do entendimento dos Cristãos europeus da época. Suas crenças religiosas não levavam em conta a lei natural, ou o conhecimento intuitivo do bem e do mal. Os Cristãos não levavam em consideração que existe bondade naqueles fora da “Santa Igreja”. Com uma fé imoral, todos os não cristãos eram definidos como “malignos” e sem “direito de viver”.

Os Turcos Seljuks então lutaram contra o Império Romano, mas como está documentado na história, eles não eram tão poderosos como os Cruzadores Cristãos. Em uma batalha sangrenta e cruel, a Quarta Cruzada capturou, saqueou, e massacrou a capital Ortodoxa Grega em 1204, retomando Jerusalém.

Dizendo que a Europa era “muito pequena para eles”, o Papa Urbano os advertiu dizendo que eram uma “raça impura”.


“A Raça Impura”


A “Terra Santa” caiu em poder dos muçulmanos em 638, e até o meio do século onze dava aos cristãos uma generosa liberdade para adorar a Cristo em Jerusalém. É estimado que mais ou menos 12 mil cristãos tenham ido a Jerusalém adorar a Cristo enquanto a cidade estava em poder dos Turcos Islâmicos. É claro que havia alguma resistência por parte dos muçulmanos, mas nunca começaram uma guerra contra os Cristãos por isso.

 Essa “raça impura”, como o Papa Urbano os chamava, e a sociedade islâmica em geral, deu muitos sinais de ser menos “alienados” do que seus inimigos cristãos, e podemos ver isso por como eles tratavam uns aos outros e aos seus inimigos.

Will Durant, em seu livro chamado “The Age of Faith, The Story of Civilization” diz que os Muçulmanos eram mais misericordiosos que os Cristãos, que eles mantinham suas palavras mais freqüentemente que os cristãos, e mostravam mais misericórdia com os derrotados nas batalhas.  Por cinco séculos, de 700 a 1200, o Islamismo dominava o mundo em poder, ordem, governo, boas maneiras, qualidade de vida, tolerância religiosa, literatura, ciência, medicina e filosofia.

Quando Saladin (Saladino), o famoso líder Islâmico, recapturou Jerusalém dos Cristãos em 1187 (Após a Segunda Cruzada), ele dificilmente poderia levar alguma culpa por agir em Vingança. Quando os Cristãos se renderam, Saladino mostrou o que os Cristãos não mostravam; Misericórdia.

Assim que os Cristãos se renderam, a matança acabou. Os sobreviventes foram soltos e puderam voltar para suas terras, e os mais pobres eram transportados por conta de Saladino.

Agora uma pergunta um pouco difícil de ser respondida, Quem você acha que vai ter um julgamento melhor no dia do trono branco (Apocalipse 20)?  Os soldados cristãos? Ou o muçulmano Saladino?

Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia (Mateus 5:7)

Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo. (Tiago 2:13)


Guerra justa?

De acordo com os ensinamentos de Agostinho, o grande teólogo católico, as cruzadas eram uma guerra “justa”, porque eram desprovidas do “mal que existe nas guerras”, que ele dizia ser “amor pela violência, crueldade, vingança, ganância pelo poder, etc.”( Augustine, "Against Faustaus, the Manichaean," Book XXII, Par. 74)


Mas ao contrario disso, a historia nos mostra que as Cruzadas eram exatamente assim. Mas elas eram consideradas “justas” pela razão mais fundamental de todas: Que eles eram guiados pela vontade de Deus!


Aqui as próprias palavras de Agostinho de Hipona:


“O homem não pode ser culpado na guerra se carrega a autoridade de Deus, porque todos que servem a ele sabem que ele nunca iria requerer o que é errado” (Augustine, "Against Faustaus, the Manichaean," Bk XXII, Par. 75)


E quem melhor para declarar que uma guerra é “Justa” do que o próprio Papa, o vigário de Cristo na Terra?


A mais de 900 anos atrás, depois que o Papa Urbano II prometeu as soldados das Cruzadas a “remissão dos seus pecados” e “a certeza de uma gloria imperecível no Reino dos céus” para que eles entrassem em guerra, todos eles tinham a certeza que isso era “a vontade de Deus”.

Vontade de Deus?

Mais uma vez, seria a vontade de Deus o massacre de Pagãos e não Cristãos? Acredito que a maioria hoje responderia que não.

Mas na história do Cristianismo matar não cristãos em uma “guerra santa” não imputava culpa nenhuma para a pessoa, pelo contrário, imputava mérito.



A doutrina de Agostinho de Hipona sobre a guerra, e perseguição de heréticos e não cristãos levou a uma crença de que pela espada chegaríamos a alcançar a causa de Jesus e seu Reino.



Mas o que fazia os ensinamentos de Agostinho ainda mais corruptos era a associação em sua mente entre “a guerra com ordem divina” e a tentativa de converter os pagãos e matar os heréticos. A violência não era apenas justificada, mas era um mérito quando praticada contra aqueles com outras crenças religiosas.



A Igreja na “Dark age” seguia os ensinamentos de Agostinho. Leo IV dizia que todos que morressem em batalha defendendo a Igreja receberiam uma porção no paraíso; João VIII ensinava que essas pessoas além disso seriam Mártires. (P. Johnson, A History of Christianity, Atheneum, New York, 1976, p. 242. Leo IV reigned as pope from AD 847-855 and John VIII from AD 872-882. And later, of course, Urban II promised them heaven.)

Pior que um não Crente?

De acordo com o Novo Testamento, é possível ser pior que um não Crente.

Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel. (1 Timóteo 5:8)

O Papa Urbano II enviou as Cruzadas para “resgatar” a cidade Santa das mãos dos infiéis com essas memoráveis palavras:

“Jerusalém é centro da Terra, essa terra é mais fértil que todas as outras, como um paraíso. Nesse lugar o Redentor da humanidade fez muitas coisas ilustres, consagrou a sua paixão, foi redimido pela sua morte, e glorificado na ressurreição” ("Pope Urban's Clermont Address," as recorded by Robert the Monk, in Encarta 2000 Encyclopedia)


Mas a história nos mostra que neste mesmo lugar, aconteceu a maior vergonha para o Cristianismo, o que eles chamavam de “guerra justa”. Mas contrariando as palavras do seu salvador, eles não mostraram misericórdia.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia (Mateus 5:7)

Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo. (Tiago 2:13)

Então como eles escaparão do justo julgamento de Deus?


Gloria Imperecível


Imperecível significa uma coisa que nunca perece, que dura pra sempre.


E foi isso que o Papa prometeu aos Cruzados (como eram chamados os soldados cristãos), a remissão dos seus pecados e uma gloria imperecível.


Já se passaram muitos séculos desde as cruzadas, mas até hoje os muçulmanos odeiam os cristãos por causa disso. O sangue derramado naquela época pode ser lavado algum dia pela igreja? A mesma igreja e o mesmo Papa que perdoou os cruzados dos seus pecados asseguravam uma gloria imperecível para eles.


As cruzadas foram um massacre contra os “infiéis”, sem nenhuma misericórdia eles matavam todos que não eram cristãos. Mas o pior ainda está por vir.


Steve Runciman, um historiador das cruzadas, escreveu:


  " The harm done by the Crusades to Islam was small in comparison with that done by them [the Crusaders] to Eastern Christendom."


Traduzindo “A maldade feita pelos Cruzados ao islã foi pequena em comparação com o que eles fizeram aos Cristãos orientais” (From the conclusion to Steven Runciman (1954), A History of the Crusades: Volume III: The Kingdom of Acre and the Later Crusades (Cambridge: Cambridge University Press: 0521347726)


A Quarta Cruzada foi muito além de capturar a saquear a Capital Oriental da Constantinopla, onde a igreja e o povo, embora cristãos, não estavam sob a autoridade do Papa.


O império Bizantino nunca mais se recuperou dessa “paulada”, onde mais tarde alienou as divisões Orientais e Ocidentais do Cristianismo, que se encontravam divididas por não concordarem com alguns dogmas da igreja Romana (adoração a Santos, cobrança de indulgencias, etc.), os Católicos do Oriente tinham a Igreja Ortodoxa que não estava sobre o domínio do Papa.


Max Dimont, em seu livro “The Indestructible Jews”, diz que os cristãos orientais sofreram nas mãos dos seus irmãos ocidentais mais que os judeus. (M. Dimont, The Indestructible Jew (Signet reprint of the New American Library hardcover edition, 1973), p. 272-275)


Dimont lista em detalhes o caminho sangrento que os cruzados deixaram na Europa enquanto marchavam pelo continente lutando, saqueando, matando e morrendo pelas mãos dos próprios cristãos.


 “For instance, of the 600,000 men who began the First Crusade, 25,000 remained alive three years later to capture and slaughter the inhabitants of Jerusalem. "The rest had perished of disease and hunger, or had died gruesome deaths in revengeful uprisings by the Christian populations whose lands the rapacious Christians had traversed." ( Dimont , p. 273-274)


Traduzindo “Para constar, dos 600,000 homens que começaram a primeira cruzada, 25,000 estavam vivos três anos depois para capturar e abater os habitantes de Jerusalém. O resto tinha morrido por doenças e fome, ou morreram pelas mãos dos cristãos que tiveram suas terras tomadas”(Dimont, p.273-274)


Ele escreve que a Cruzada Albigense, foi  a mais “repreensiva” de todas, onde 99% dos “alvos” foram eliminados, perto de 1 milhão de pessoas, em um holocausto mais devastador para os albigenses (Conhecidos como Cátares) do que o Holocausto nazista para os Judeus.   


Geralmente é aceito pela maioria dos estudiosos que o catarismo surgiu em meados de 1143, quando surgiram os primeiros relatos de um grupo defendendo crenças similares em Colónia pela clérigo Eberwin de Steinfeld,[4] o catarismo acreditava no dualismo, professando a existência de um deus do Bem e outro do Mal, Cristo seria o deus do bem enviado para salvar as almas humanas, após a morte as almas boas iriam para o céu, enquanto as más iriam praticar metempsicose.[5] Os cátaros eram especialmente numerosos em Occitânia (sul da atual França),[6] e sua liderança era protegida por nobres poderosos,[7] e também por alguns bispos, que se ressentiam da autoridade papal em suas dioceses. Em 1178 Henri de Marcy, legado do papa, qualificou as populações de implantação cátara com a alcunha em latim de sedes Satanae, sedes de Satã.[8]


Quando as tentativas diplomáticas do Papa Inocêncio III para reverter o catarismo falharam[9], mais proeminentemente o suposto assassinato do legado papal Pierre de Castelnau, Inocêncio III declarou uma cruzada contra o Languedoc em 1208. A Inquisição foi criada em 1229 para erradicar os cátaros remanescentes, operando no sul de Toulouse, Albi, Carcassonne e outras cidades durante todo o século XIII, e uma grande parte do século XIV, extirpando definitivamente o movimento.[10] (Wikipédia)


O Historiador Steve Runciman escreve que as cruzadas eram “um trágico e destrutivo episódio” onde:


There was so much courage and so little honor, so much devotion and so little understanding. High ideals were besmirched by cruelty and greed, enterprise and endurance by a blind and narrow self-righteousness; and the Holy War itself was nothing more than a long act of intolerance in the name of God, which in itself is a sin against the Holy Ghost.


Traduzindo, “Existia muita coragem e muita pouca honra, muita devoção e muito pouco entendimento. Altos ideais eram denegridos por crueldade e ganância, as tropas e a resistência por um cega e estreita certeza centrada em si mesmo; a e guerra santa por si só não era nada mais que um ato de intolerância em nome de Deus, que por si só pecava contra o Espírito Santo” (S. Runciman , quoted in J. Riley-Smith, "The Crusading Movement and Historians," in The Oxford Illustrated History of the Crusades , p. 6.)


Então as Cruzadas foram a vontade de Deus ou do Diabo?


Podemos conhecer a arvore pelos seus frutos não é verdade?


Essas evidencias demandam um veredicto da Epistola de Tiago sobre essas guerras, as Cruzadas.

De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês? Vocês cobiçam coisas, e não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem. Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres. (Tiago 4:1-3)

E o versículo 4 deixa bem claro a quem isso se aplica, a todos nós...

Adúlteros, vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus. (Tiago 4:4)

Agora estamos quase chegando na Inquisição, mas para entender bem a inquisição primeiro temos que entender o que aconteceu com os Cátares, o que a igreja fez com eles, e ai sim chegaremos na Inquisição, e depois da Inquisição o início da reforma protestante, e as conseqüências de todos esses eventos até os dias de hoje.  

sábado, 14 de janeiro de 2012

De Nicéia até as Cruzadas (Agostinho de Hipona)

Continuando a história do Cristianismo,  agora vamos dar uma olhada nos acontecimentos mais importantes e relevantes desde o Concilio de Nicéia até as Cruzadas. Esse vai ser um resumo de tudo relevante que aconteceu até lá. Então farei um post sobre as Cruzadas, depois inquisição, reforma protestante, etc, etc, tudo em ordem cronológica.

Os Donatistas

Para quem leu os posts "Édito de Milão" e "Concilio de Nicéia", para entender bem vamos voltar um pouco, um pouco antes de Édito de Milão quando os Cristãos eram perseguidos pelo Império Romano.

Durante a "Grande perseguição" também conhecida como "Perseguição de Diocleciano", pois o imperador na época era Diocleciano, O bispo Donato Magno presenciou vários Traditores (Alguns líderes da Igreja, pouco propensos ao martírio e à tortura, se mostraram dispostos a concordar com as exigências do imperador, como adorar os deuses da religião antiga - considerados ídolos pelos cristãos - ou entregar livros religiosos ou propriedades da Igreja para as autoridades imperiais. Estas pessoas ficaram conhecidas como traditores ("aqueles que entregaram"). Esses traditores ou "traidores", logo após Constantino assinar o Édito de Milão foram reintegrados a Igreja como Bispos. O Bispo Donato Magno era contra essa postura, e fazia uma forte campanha contra esses traditores.

Os Donatistas defendiam a idéia de que a graça e os sacramentos não poderiam ser administradas através de mãos imorais e desertoras dos traditores, e se feitos por eles eram inválidos. Em 314, apenas um ano após o Édito de Milão, Constantino convocou o Sinodo de Arles (Estes concílios não representaram de forma universal a igreja e, por isso, não foram contados entre os Concílios Ecumênicos oficiais) , no qual a apelação de Donato falhou, e ele então o próprio Donato é quem foi excomungado (Excomunhão é uma punição religiosa utilizada para se retirar ou suspender um crente de uma filiação ou comunidade religiosa.) pela igreja.

Mas a convicção dos Donatistas continuaram por vários anos e era a "pedra no sapato" da igreja na época.

E foi ai que entrou na História, Agostinho de Hipona.

Agostinho de Hipona e a controvérsia da pureza.


Na Igreja Católica, e na Igreja Anglicana, é considerado um santo, e um importante Doutor da Igreja, e o patrono da ordem religiosa agostinha. Muitos protestantes, especialmente calvinistas, o consideram como um dos pais teólogos da Reforma Protestante ensinando a salvação e a graça divina.

Foi ninguém menos que Agostinho de Hipona (354-430 D.C) que finalmente pois um fim a disputa Donatista.

Agostinho ergueu uma questão teológica, não moral, mas teológica essencial. Sua teoria era:

"There stands before us one that is faithless ready to baptize, and he who should be baptized is ignorant of his faithlessness: what think you that he will receive?"

"Alguém que não tem fé está batizando, e esse que está recebendo o Batismo é ignorante quanto a falta de fé do batizador: O que você acha que a pessoa sendo batizada está recebendo?"

Agostinho não levou em consideração a consciência do Padre batizador, e chegou a esta conclusão:

"For we find that it is possible that a man should receive faith even from one that is faithless, if he be not aware of the faithlessness of the giver."

"Nós achamos que é possível que uma pessoa receba fé mesmo de alguém que não tem fé, se ele não tiver conhecimento da falta de fé do Batizador, do Padre, etc."

E o Papa Inocente III, escrevendo quase 800 anos depois de Agostinho, confirma essa Teoria:

"Nothing more is accomplished by a good priest and nothing less by a wicked priest, because it is accomplished by the word of the Creator and not the merit of the priest. Thus the wickedness of the priest does not nullify the effect of the sacrament, just as the sickness of a doctor does not destroy the power of his medicine. Although the 'doing of the thing (opus operans)' may be unclean, nevertheless, the 'thing which is done (opus operatum)' is always clean." - Pope Innocent III (1160-1216)

Traduzindo ele diz que "Nada a mais é cumprido ou conquistado por um bom Padre e nada a menos é cumprido ou conquistado por um "mal" padre, porque é cumprido ou conquistado pela palavra do Criador e não pelo mérito do Padre. Então a "maldade" do Padre não anula o efeito do sacramento, assim como um "mal" médico não destrói o poder do remédio. Embora o "fazer da coisa" possa ser impura, apesar disso, a coisa que é feita é sempre pura" Papa Inocente III

Falta de fé, Padres que cometem pecados deliberadamente, "mal" Padres, nada disso importa. O que importa é a Doutrina Oficial. O conhecimento desses fatos através da história e da teologia faz ficar fácil de entender como a hierarquia da igreja Católica poderia, sistematicamente e com conhecimento de causa, colocar indivíduos muitas vezes depravados como Padres.

De acordo com o grande teólogo Agostinho de Hipona, essas coisas simplesmente não importam.


Além da questões morais, muitas outras aparecem. Agostinho não discute sobre a cumplicidade da Igreja e sua hierarquia em estar ciente da conduta e pecados desses "maus" Padres. Mas fica claro pelas suas palavras, e pela história, que isso não importava também. De acordo com Agostinho a Graça de Cristo ainda é passada através de ministros "maus" e "desviados". Mesmo sabendo que podem estar machucando as ovelhas que tomam conta, agindo como lobos aos invés de Pastores, e ainda assim, eles ministram Graça através dos sacramentos da igreja Católica.

Paulo disse que aqueles que praticam tais coisas não entrarão no Reino dos Céus (Gálatas 5:19-21), e que "tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados...(1 Corintios 6:9-11)" e o Filho de Deus disse que aquele que busca sua própria glória é falso (João 7:18). Mas ainda assim, de acordo com a doutrina oficial da igreja, mesmo se os ministros estivessem indo direto para o fogo do inferno, eles ainda poderiam ministrar a Graça de Cristo.

Será que Cristo não teria nada a dizer sobre isso? Que seu nome e sua Graça estavam indo pelo ralo? Poderia essa doutrina ser verdade? Ou isso seria uma evidencia que aqueles que praticam e ensinam essa doutrina não conhecem a essência de Deus, mas criaram uma Religião que funciona como uma "maquina", independentemente se quem opera essa "maquina" é um bom ou um mal operador?

E essa doutrina não fica apenas na igreja Católica.

Uma doutrina semelhante foi adotada pelos Protestantes durante o século 16. Os trinta e nove artigos da Igreja da Inglaterra (1563) claramente dizem que, "os efeitos das ordenanças de Cristo não são diminuídas ou invalidadas pela má conduta dos ministros. A graça de Deus é efetiva, não importando a conduta do ministro." (Theology: The Basics, Alister E. Macgrath)


Agostinha de Hipona e a Guerra


Não existe contraste maior entre as palavras de Cristo e seus Apóstolos, e dos deveres dos Cristãos, e a questão da guerra.

Desde o Imperador Constantino até os dias de hoje, o numero de guerras Cristas, e de Cristãos nos campos de batalha é imenso. É a religião que mais fez guerras e que mais matou na história. Deixa o Islamismo muito pra trás em números de mortes e de guerras. Mas ao contrário do Islã, em qual os fundamentos da religião islâmica sobre guerras e sociedade mudaram muito pouco ao longo dos tempos, todo mundo sabe que o Cristianismo não começou desse jeito. Quando Cristãos fazem ou vão para guerra, ele contradizem os ensinamentos do seu Salvador.

Desde o dia do Pentecostes, em Atos, no primeiro século, até os dias de Constantino, os cristãos não empunhavam a espada, não faziam guerra, não se preocupavam com riquezas, e nem participavam de governos seculares.

No começos dos anos 300 D.C quase nenhum soldado era cristão. No final dos anos 400 D.C quase todos eram Cristãos.

Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; (Mateus 5:39)

Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem;
para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.
Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? (Mateus 5:44-46)

Vendo isto, os discípulos Tiago e João perguntaram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?
Jesus, porém, voltando-se os repreendeu [e disse: Vós não sabeis de que espírito sois].
[Pois o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las.] E seguiram para outra aldeia. (Lucas 9:54-56)

Agostinho de Hipona contrariou as palavras de Jesus, e isso traz consequencias até os dias de hoje.

No fim da vida de Agostinho, os cristãos não estavam apenas declarando guerras, mas estavam sendo perseguidos se se recusassem a declarar guerra. A justificação de Agostinho sobre a participação dos cristãos na guerra era essa:

"Não apenas é permitido a existência de uma "guerra justa", que se tornou o lugar comum da teologia moral cristã; mas o pacifista é descreditado, pois a sua refutação em lutar uma guerra definida como "justa" pelas autoridades eclesiasticas se torna um desafio aos comandos divinos. (Agostinho de Hipona), (Jonhson, A history of Christianity, Pg 242) 

Para Agostinho era o dever de um cristão participar da guerra, sendo justa ou injusta:

"Since, therefore, a righteous man, serving it may be under an ungodly king, may do the duty belonging to his position in the State in fighting by the order of his sovereign,—for in some cases it is plainly the will of God that he should fight, and in others, where this is not so plain, it may be an unrighteous command on the part of the king, while the soldier is innocent, because his position makes obedience a duty,—how much more must the man be blameless who carries on war on the authority of God, of whom every one who serves Him knows that He can never require what is wrong?"

"Portanto, um homem justo, servindo a guerra pode estar submetido a um Rei impio, mas deve fazer o serviço que o cabe em sua relação com o Estado em lutar se essa for a ordem do seu soberano, pois em alguns casos essa é a vontade de Deus que ele deveria lutar, e em outras, pode ser uma ordem errada por parte do Rei, mas o soldado é inocente, porque sua posição é de obediência à um dever. Quanto mais deve o homem ser sem culpa se carrega na guerra a autoridade de Deus, o qual todos os que o servem sabem que ele nunca pediria o que é errado?" (Agostinho de Hipona) 

Mas as palavras de Jesus quando indo para a crucificação são claras:

"Disse Jesus: “O meu Reino não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas o meu Reino não é daqui”." (João 18:36)

A queda de Roma

Por volta do ano 400 D.C, o Império Romano englobava a maioria do Europa, o norte da Africa e o Asia menor. A civilização Romana tinha crescido prospera e confortável. E como freqüentemente acontece em épocas de conforto e segurança, a população se tornava mais egoísta, preguiçosa e sem moral. O exército Romano também se enfraquecia junto com a moralidade do povo.

Das terras vizinhas, os bárbaros olhavam com inveja a prosperidade e riqueza do Império Romano. Esses bárbaros embora fossem pouco organizados eles sabiam como guerrear.

Invasão após invasão, se sucedeu que o Império Romano ficou enfraquecido. O golpe final veio em 476 D.C, Odoacro (cerca de 434 - 493), rei da tribo germânica dos hérulos, nasceu perto do Rio Danúbio, em território que hoje é parte da Alemanha. Ao depor o imperador Rômulo Augusto, em 476, pôs fim ao Império Romano do Ocidente e se tornou o primeiro dos reis bárbaros de Roma.

O gigante império Romano que dominou a Europa por mais de três séculos, estava derrubado.

Então começou um período chamado de "Dark Ages", que traduzindo livremente seria "Período de escuridão". Historiadores ficaram no escuro nesse período, porque ninguém estava escrevendo, a não ser a igreja.


O Cristianismo aumenta em poder



Com a queda de Roma, a igreja se transformou em um rica e poderosa viuva, deixada no poder pelo seu noivo, o Estado de Roma.


Na época a Europa estava em um caos emergente, e as pessoas naturalmente procuravam pela parte mais estável da sociedade, na época a igreja. Seus bispos, padres e monges se tornaram os únicos guardiões do conhecimento, que eles ensinavam apenas à aqueles que estavam buscando um avida no clero religioso. Se as pessoas comuns pudessem ler, eles então iriam ler a Bíblia, e isso poderia causar problemas.


A Viúva rica (igreja) fez exatamente o que as viúvas ricas costumam fazer. Ela tirou vantagem da situação para o seu próprio beneficio. Ela aumentou em riquezas e poder, e na sua influencia com os governos através da Europa. Esse foi um momento crucial que iria moldar o curso dos eventos na humanidade para o resto da história. no fim do primeiro milênio, aquela que clamava que seu Salvador era o mesmo que morreu na cruz dizendo "Meu Reino não é desse mundo", tinha se tornado a Rainha dos reinos da Terra.


O Papa autocrata Gelásio I (492-496), disse em sua famosa carta de 494 para o Imperador Bizantino Anastácio I:


" Existem dois princípios, venerado Imperador, pelos quais esse mundo é regido: A sagrada autoridade dos Pontificios e o poder Real... Você sabe muito bem, oh filho misericordioso, que mesmo você reinando sobre a humanidade, você abaixa a sua cabeça em devoção à aqueles que presidem as causas divinas, e que você espera a sua salvação por eles."


Agora, pois, ouve isto, tu que és dada a prazeres, que habitas tão segura, que dizes no teu coração: Eu o sou, e fora de mim não há outra; não ficarei viúva, nem conhecerei a perda de filhos.
Porém ambas estas coisas virão sobre ti num momento, no mesmo dia, perda de filhos e viuvez; em toda a sua plenitude virão sobre ti, por causa da multidão das tuas feitiçarias, e da grande abundância dos teus muitos encantamentos.
Porque confiaste na tua maldade e disseste: Ninguém me pode ver; a tua sabedoria e o teu conhecimento, isso te fez desviar, e disseste no teu coração: Eu sou, e fora de mim não há outra. (Isaias 47:8-10)



Europa Reconquistada



Se passaram aproximadamente 300 anos sem nenhum império dominante, e então...


Carlos Magno, tomou o trono dos Francos em 768. Ele foi o rei dos francos entre 768 e imperador do ocidente (Imperatur Romanorum) entre 800 até a sua morte em 814. Ele expandiu o Reino Franco até que ele se tornasse o Império Carolíngio, que incorporou a maior parte da Europa Ocidental e Central.


Durante esse Período, os Pagões das tribos germanicas e o restante dos pagões em geral da Europa foram todos forçados a se converter ao Cristianismo.


Durante o seu reinado, ele foi coroado Imperator Augustus pelo papa Leão III em 25 de dezembro de 800. E mais uma vez, O Papa e o Imperador uniam forças.


Novo Relacionamento entre  a igreja e o Estado



Esse evento marcou o inicio de um novo relacionamento entre a igreja e o Estado, com a autoridade do Imperador dependendo das bençãos da igreja. Se o Rei não fosse aprovado pela igreja, o Rei estava destituido do cargo.


Esse delicado relacionamento era complicado, com a igreja e os Reis querendo um ter mais poder sobre o outro. Mas normalmente os Papas e os Bispos ensinavam a população a honrar ao Rei, e o Rei retribuia o favor e ensinava a população a honrar os religiosos do clero.


Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei, como soberano,
quer às autoridades, como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores como para louvor dos que praticam o bem.
Porque assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos; (1 Pedro 2:13-15)

Debaixo da ótima administração de Carlos Magno, a Europa viu um Império florecer, mas as raizes da sociedade continuavam provincianas por natureza. Então, quando não havia uma forte liderança para manter a população unida debaixo de um único Reino, os duques e poderosos da época reverteram tudo ao sistema familiar do feudalismo.

A sociedade feudal é um mundo de deveres e obrigações entre o senhor e o servo, cercados de laços familiares de sangue ou por casamentos, e cada um dos Senhores feudais tinha o seu próprio "mundinho", onde o Senhor Feudal local não reconhecia autoridade maior que sua.

Nesse tipo de sociedade o papel da Igreja era limitado a fazer batismos, casamentos e funerais. E
embora a igreja fosse dona de muitas terras, que na época era o unico modo de medir as riquezas, muitos Ministérios e Bispos eram controlados pelas nobres famílias feudais.

A ascenção do Papa Gregório VII em 1075 marcou um novo marco no Papado. Movido por uma visão de que o Papa era supremo não apenas a frente da igreja, mas sobre as autoridades também, Gregório fez o "Manifesto Papal", estabelecendo o Papa como o cabeça acima de principes e imperadores, pelo menos na teoria. A Excomunhão era a arma do Papa não apenas contra "Lords" desobedientes, mas contra todos seus dominios, que significava a suspenção dos sacramentos da vida católica para o povo.

Enfrentando essa suspensão dos sacramentos, e consequentemente de Deus, qual Senhor Feudal iria querer enfrentar o Papa?

Mas Jesus lhes disse: Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade são chamados benfeitores.
Mas vós não sois assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve.
Pois qual é maior: quem está à mesa ou quem serve? Porventura, não é quem está à mesa? Pois, no meio de vós, eu sou como quem serve. (Lucas 22:25-27)

O Papa Gregório VII armou o palco para a grande performance do seu Sucessor, O Papa Urbano II, mas isso vai ficar para o próximo post, onde vão começar as Cruzadas.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O Concilio de Nicéia



Continuando o post anterior sobre o Édito de Milão, um fato muito importante que foi mostrado sem muito aprofundamento foi sobre o Concilio de Nicéia que ocorreu em 325 D.C. O Concilio de Nicéia foi tão ou mais importante até que o Édito de Milão para as nossas crenças atuais.


Constantino percebeu que a estabilidade do seu império dependia em uma grande parte em unificar as facções da nova Religião oficial do seu Estado. O imperador Constantino, sem renunciar o título de Pontifex Maximus (Líder da religião pagã do Estado de Roma), convocou o primeiro concilio ecumênico de Bispos em 325 para estabelecer uma uniformidade na doutrina cristã.


Mas essa não foi uma reunião qualquer de Bispos. O imperador não apenas os convocou, mas pagou todas as despesas de viagem, acomodação, alimentação, etc. A ordem imperial era uma força persuasiva que fez com que o Concilio de Nicéia definisse algumas questões sobre a fé e terminasse com a controvérsia Ariana sobre a Trindade.


O concilio de Nicéia é chamado de “um dos mais importantes na história do Cristianismo” pela enciclopédia britânica.


Lá vinham eles, andando através dos soldados Romanos que apenas 20 anos antes participaram do ultimo massacre e tortura aos Cristãos. Eles fizeram isso com a mesma crueldade com que mataram Jesus três séculos antes.


Imaginem o que se passava na cabeça daqueles Bispos (que apenas 20 anos antes eram perseguidos e mortos) quando estavam chegando em Roma. Você realmente acha que algum deles iria contrariar alguma ordem ou idéia do imperador?


O historiador Rolan Bainton escreveu: “Foi convocado o primeiro concilio ecumênico, ou universal, porque estavam presentes bispos do oeste e do leste. Para celebrar o vigésimo aniversário do reino religioso, Constantino convidou os bispos para jantarem com ele. Quando aqueles que tinham sobrevivido a grande perseguição passaram por uma grande fila de soldados Romanos para sentar com o imperador, eles se perguntavam se o Reino de Deus já tinha vindo, ou se estavam sonhando. (Roland H. Bainton, Christianity (American Heritage Library, 1964), p. 9)


O imperador presidiu o Concilio de Nicéia e outros concílios subseqüentes da Igreja Cristã enquanto ainda era Pagão. E mesmo assim as Crenças que vieram e foram decididos nesse e outros concílios na época do imperador Constantino são guardados e obedecidos até hoje como verdades para o Cristianismo, tanto Católicos como Protestantes. Esses Bispos junto com Constantino formaram a base para julgar o que é e o que não é uma fé Cristã ortodoxa, prática e Doutrina até os dias de hoje.


O que foi debatido no Concilio de Nicéia?

Entre outras coisas foi discutido a fixação da data da Páscoa, em um domingo é claro, em homenagem ao Deus Sol Thamuz, provavelmente com influencia do Imperador Constantino. Mas o debate principal foi sobre Jesus Cristo.

Quem foi Jesus? Ele era mais divino que humano ou mais humano do que divino? Jesus foi Criado ou Concebido? Sendo o filho de Deus, ele é igual e eterno como o Pai, ou está em um status menor que o Pai? Seria Deus o único e verdadeiro Deus, ou O Pai, o Filho e o Espírito Santo que formam UM verdadeiro Deus? Um ser, três pessoas, Trindade?

Esses foram os principais pontos debatidos e para vocês verem o quão importante foi o Primeiro Concilio de Nicéia, tudo o que foi decidido lá pelo imperador e pelos bispos é chamado de “Credo Niceno” e é exatamente o que todos os Cristões acreditam até hoje, tanto Católicos como Protestantes. Resumindo ficou decidido que a trindade é a verdade bíblica.

Independentemente de o que eles decidiram é a verdade absoluta ou não, o que podemos concluir é que o que é aceito como verdade absoluta do Cristianismo até os dias de hoje foi decidido por Constantino e vários Bispos de diversas regiões do mundo conhecido na época em uma reunião na cidade de Nicéia.

E o mais importante disso tudo, é que o real objetivo era de formar um doutrina única sobre a igreja crista para fortalecer o império e o poder do Estado Religioso. 

As Crenças formadas nesses concílios eram debatidas e impostas hostilmente. Para aqueles que debatiam e perdiam o debate, como Arius (Segundo o arianismo, o Filho de Deus, segunda pessoa da Trindade, não tinha a mesma essência do Pai, sendo uma divindade de segunda ordem já que nascera mortal. Os ensinamentos de Ário foram condenados no primeiro concílio de Nicéia, onde se redigiu um credo estabelecendo que o Filho de Deus era “concebido e não feito”, consubstancial ao Pai.), eram exilados e até mortos, seus livros queimados e suas propriedades confiscadas. Essas atitudes eram anotadas nos livros do concilio sem qualquer vergonha.

Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; (Efésios 4:1-3)

Os Bispos do Concilio invocaram maldiçoes (Anátemas) para aqueles com doutrina incorreta, que significava contrária aquilo decidido no Concilio como doutrina correta. O Concilio de Nicéia de 325 D.C terminou com as seguintes palavras:

“But, those who say, once he was not, or he was not before His Generation, or He came to be out of nothing, or who assert that He, the Son of God, is of a different hypostasis, or that He is a creature, or changeable, or mutable, The Catholic and apostolic Church anathematizes them.”

Traduzindo, o texto diz que todos que falarem que o Filho de Deus não é divinamente enviado, que ele é uma criatura, ou mutável, a Igreja Católica e Apostólica amaldiçoa essas pessoas.

Vamos ver o que o Apóstolo Paulo tinha a dizer sobre esses julgamentos.

Se alguém não ama o Senhor, seja anátema. Maranata! (1 Coríntios 16:22)

Então vendo por esse lado parece estar correto, mas “amar o Senhor” foi claramente definido pelo próprio Jesus Cristo:

Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele. (João 14:21)

Então de acordo com Jesus quem é que o ama? Aquele que guarda seus mandamentos correto?

Em algum lugar nos mandamentos ou no evangelho de Cristo está dito para agente amaldiçoar alguém? Ou para matar? Paulo disse “que seja amaldiçoado”, mas não por nós, nós servos de Deus não temos direito de amaldiçoar ninguém, nós temos que amar.

E o novo mandamento é este:

Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros. (João 13:34-35)

A primeira Igreja em Atos obedecia os mandamentos. Eles eram capazes de perdoar os inimigos e viverem suas vidas para Deus.

E apedrejavam Estêvão, que invocava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito!
Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu. (Atos 7:59-60)

Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. (1 Timóteo 2:1-2)

Paulo usou a palavra anátema baseado nas palavras de Jesus sobre aqueles que não ouvem seus irmãos e persistem no pecado:

Se teu irmão pecar [contra ti], vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça.
E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano. (Mateus 18:15-17)

Que Paulo entendia o que significava exclusão da Igreja é evidente nessas palavras abaixo, em “nao se associar” com o impuro:

Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais.
Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro?
Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor. (1 Coríntios 5:11-13)

Mas o grande problema foi quando se perdeu a noção em relação a Igreja e a Sociedade. Quando a Igreja englobou e se infiltrou na sociedade e o Imperador veio como o Cabeça de ambos a Igreja e o Estado, excomunhão (Excomunhão é uma punição religiosa utilizada para se retirar ou suspender um crente de uma filiação ou comunidade religiosa.) chegou a um nível de terror. Quando os concílios falaram de maldiçoes no tempo de Constantino pra frente, era o Estado que impunha as penalidades sobre aqueles que eram “amaldiçoados” pela igreja.

Com o inicio do império cristão com Constantino e seus sucessores no quanto século, as autoridades Cristas ganharam a oportunidade de perseguir seus rivais judeus e todos os outros grupos não cristãos. Desde a época de Constantino até o presente século cristãos tem freqüentemente usado essa oportunidade.

Ser “amaldiçoado” pela igreja podia significar varias coisas, como por exemplo perder o direito de ser padre ou direito sobre um cargo (até de Governador), ter suas poses confiscadas, ter suas obras literais queimadas, ser exilado, ser torturado, e até ser morto.

O segundo Concilio de Constantinopla também termina com palavras para amaldiçoar aqueles que iam contra a doutrina decidida nos concílios. 

Então foi a falta de amor e lealdade a palavra de Cristo que destruiu a Igreja, e não a falta de uma doutrina rígida sobre a Trindade.

E o Concilio de Nicéia foi apenas o primeiro desses concílios ecumênicos, e se tornou modelo para muitos outros que vieram depois. Era ecumênico no senso de que reunia bispos de todo o mundo conhecido. Era ecumênico em um senso mais técnico porque suas decisões influenciavam todo o mundo cristão e não apenas determinadas dioceses.

Os sete Concílios ecumênicos, que formaram as fundações universais do Cristianismo, seguiram esse mesmo esquema. Assim como o primeiro, eram convocados pelo imperador. Seis dos sete ocorreram perto ou em Constantinopla. Mais um fato para reflexão do domínio do império secular do Oeste.


Uma conclusão que podemos tirar é que independentemente do que ficou decidido sobre a doutrina da trindade, sendo ela uma verdade absoluta ou não, todo o resto das atitudes que resultaram do Concilio de Nicéia vão contra a Palavra de Deus. O que ficou decidido ali desencadeou as Crusadas, a Inquisição, a reforma protestante, guerras, separação, ódio, e não o amor.   

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Édito de Milão (Consequencias)

Para entendermos bem essa história temos que lembrar que após a morte de Cristo, os primeiros cristãos foram perseguidos e mortos por um longo tempo. Toda a pessoa que acreditava em Jesus Cristo era perseguida e morta pelo império Romano. O império Romano era praticamente todo Pagão e acreditava em outros Deuses.

A partir do ano 306 D.C, Constantino Magno foi proclamado Imperador de Roma. Constantino era Pagão adorador do Rei Sol Invictus que era o padroeiro dos soldados Romanos na época. 

Na época existia uma disputa pelo controle do império Romano, a parte Oriental do Império era comandada pelo Imperador Constantino. A parte Ocidental era controlada pelo Imperador Maxêncio. Então em 28 de Outubro de 312 D.C houve a “Batalha da Ponte Mílvia”, onde o exército de 40 mil homens de Constantino derrotou o Exército de aproximadamente 170 mil homens de Mexêncio.

E como ele conseguiu essa façanha? Derrotar um exército quatro vezes maior que o dele?

A tradição e historiadores dizem que no dia 27 de Outubro, um dia antes da batalha, Constantino teve um sonho.

"A tradição sustenta que, ao anoitecer de 27 de outubro, quando os exércitos se preparavam para a batalha, Constantino teve uma visão quando olhava para o sol que se punha. As letras gregas XP (Chi-Rho, as primeiras duas letras de Χριστός, "Cristo") entrelaçadas com uma cruz apareceram-lhe enfeitando o sol, juntamente com a inscrição "In Hoc Signo Vinces" — latim para "Sob este signo vencerás". Constantino, que era pagão na altura (apesar de que provavelmente sua mãe fosse cristã), colocou o símbolo nos escudos dos seus soldados. De fato, existem duas narrativas mais ou menos contemporâneas do episódio: Segundo o historiador Lactâncio, Constantino teria recebido num sonho a ordem de inscrever "o sinal celeste nos escudos dos seus soldados"[1] - o que teria feito ordenando que fosse neles traçado um "estaurograma", uma cruz latina com sua extremidade superior arredondada em "P". Segundo Eusébio de Cesaréia, o próprio Constantino teria lhe dito que, numa data incerta - e não necessariamente na véspera da batalha - teria tido, ao olhar para o sol, uma visão de uma cruz luminosa sobre a qual estaria escrito, em grego, "Εν Τουτω Νικα", ou, em latim, in hoc signo vinces - "com este sinal vencerás", e que, na noite seguinte, Cristo lhe teria explicado em sonho que esta frase deveria ser usada contra seus inimigos.” (Wikipédia)

Então após vencer a batalha, Constantino passou a creditar o mérito pela vitória a Cristo, que supostamente em sonho teria lhe mostrado como vencer. Pelos acontecimentos futuros e conseqüências que estavam por vir, passo a acreditar que não foi Cristo que lhe apareceu em sonho. Está mais para aquele que se transforma em anjo de luz (2 Coríntios 11:14).

Mas por outro lado talvez possa ter sido mesmo, para que a operação do erro fosse enviada (2 Tessalonicenses 2:9-11).

Após esse episódio dizem que Constantino se “converteu” ao Cristianismo. Alguns afirmam que sim, que ele se converteu. Outros afirmam que mesmo se dizendo Cristão, ele nunca deixou de adorar e fazer sacrifícios ao Deus Sol Invictus.

Especulações a parte, vamos aos fatos. Com a vitória Constantino se firmou como o único imperador de Roma. Mas deu a Licinio, seu cunhado, o titulo de Co-Imperador para tomar conta da parte Oriental do Império.

E após essa “conversão” de Constantino ao Cristianismo, em 313 D.C, ele e Licinio assinaram o Édito de Milão, que mudou pra sempre a história, e como vemos o Cristianismo até os dias de hoje.

O Édito de Milão (313 d.C.), também referenciado como Édito da Tolerância, declarava que o Império Romano seria neutro em relação ao credo religioso, acabando oficialmente com toda perseguição sancionada oficialmente, especialmente do Cristianismo. O édito foi emitido pelo tetrarca ocidental Constantino I, o grande, e por Licínio, o tetrarca Oriental.
A aplicação do Édito fez devolver os lugares de culto e as propriedades que tinham sido confiscadas aos cristãos e vendidas em hasta pública: "... o mesmo será devolvido aos cristãos sem pagamento de qualquer indenização e sem qualquer fraude ou decepção..."
“Deu ao cristianismo (e a todas as outras religiões) o estatuto de legitimidade, comparável com o paganismo e com efeito desestabeleceu o paganismo como a religião oficial do império romano e dos seus exércitos.” (Wikipédia)

Então para resumir a história, O Édito de Milão fez com que o Cristianismo e todas as outras religiões parassem de ser perseguidas no império. O Paganismo não era mais a religião oficial, e a liberdade religiosa, principalmente do Cristianismo era promovida.

Estava tudo indo “muito bem”, imagine uma sociedade Pagã, que foi contra e condenava o Cristianismo e agora tinham que tolerar a até se converter. Estava uma mistura de Deuses na cabeça das pessoas que foi bem nessa época que surgiu o Natal em 25 de Dezembro, que como sabemos é a festa em homenagem aos Deus Sol Invictus, e não a Jesus Cristo. Mas nesse período de confusão, e com o Édito de Milão unificando Igreja e Estado, passou a se celebrar o dia do Deus Sol como dia de Jesus Cristo, e isto até os dias de Hoje. Assim como a mudança do sábado para o domingo como o dia do Senhor, Domingo em Inglês Sunday significa Sun-Day, ou dia do Sol, em homenagem ao Deus Sol, e foi também nessa época em 321 D.C que Constantino mudou oficialmente do sábado para o domingo como sendo o dia do Senhor, em homenagem aos Deus Sol (Sun-day).

A confusão e discussões eram grandes tanto é que o co-Imperador Licinio, para ganhar a lealdade do seu povo e dos seus exércitos começou a expulsar e matar Cristãos. E Então por volta de 324 D.C Constantino tomou o poder de todo império outra vez e mandou matar Lucinio por traição.

Vendo por esse lado, o lado oficial da história, esse Constantino parecia gente boa, fez uma lei a favor do Cristianismo, os Cristões pararam de ser perseguidos, etc.

Mas e qual as conseqüências que o Édito de Milão trouxe ao Cristianismo atual?


A Religião Favorecida

A maioria dos Cristões de hoje não tem nem idéia que a maioria dos costumes básicos de suas práticas religiosas, de sua fé e da doutrina Cristã em geral veio da integração Igreja/Estado (Édito de Milão) durante o Reino do imperador Romano Constantino. Isso pode não parecer tão alarmante inicialmente, mas a verdade é que isso teve um impacto gigantesco em que os Cristões tem acreditado através da história, e como eles tem vivido, até os dias de hoje. Embora os Cristões costumem dizer que eles são ensinados pelas palavras do próprio filho de Deus, os efeitos e conseqüências dessas palavras é radicalmente diferente do que era há 2000 anos. O Evangelho e as Epistolas foram cuidadosamente preservadas, sim, mas a sua influencia, interpretação e aplicação não seguem o padrão da primeira Igreja em Atos, mas ao contrário segue o padrão do que aconteceu com a Igreja no terceiro e quarto século. Esse foi o tempo em que a Igreja estava no ultima fase para essa transição onde se encontra até hoje.   

Luta pela Fé

Por aproximadamente dois séculos (dois primeiros séculos após a morte de Cristo) a Igreja estava em declínio do seu estado original, quando o amor era a “cola” que unia os Cristões (João 13:34-35). Esse amor resultava na unidade de ter todas as coisas em comum (Atos 2:44) e era o fruto do Evangelho pregado pelos Apóstolos. Embora a Epistola de Judas mostre, perto do fim do primeiro século, Judas faz um alerta, sobre o que estava se passando, e o dever do cristão de Pelejar pela fé que foi passada pelos Apóstolos. Não existia outro fundamento ou fundação que poderia constituir a Igreja de Cristo. A fé entregue a eles pelos Apóstolos eram a sua fundação espiritual, o resultado do evangelho que eles receberam.

Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós.
Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica.
Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. (1 Coríntios 3:9-11)

Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo. (Judas 1:4)

Para entender melhor o que estava se passando nos dois primeiros séculos ler o post sobre os Nicolaitas.

  A Transição Fatal (Imperador Constantino)

E porque esses fatos são tão importantes para o Cristianismo?

Porque com o Édito de Milão em vigor um Casamento que mudaria para sempre a história e a pura devoção a Cristo aconteceu.

O noivo? Constantino

A Noiva? A Igreja

Esse evento monumental aconteceu em 313 D.C. Era o Casamento entre a Igreja e o Estado. Com essa união as duas partes mudaram para sempre. O poderoso governo civil do mundo Romano se tornou um império religioso, com o Cristianismo como a Religião oficial. Seria isso uma profecia de Daniel escrita mais de 1000 anos antes se cumprindo?

Como os artelhos dos pés eram, em parte, de ferro e, em parte, de barro, assim, por uma parte, o reino será forte e, por outra, será frágil.
Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro. (Daniel 2:42-43)

O Ferro de Roma estava se casando com o barro da Religião, mas esse era um casamento de conveniência, e esses casamentos (arranjados) são por natureza instáveis. Mas os votos de casamento de Constantino eram promissores, e podemos ver no “famoso” Édito de Milão:

"Nós, Constantino e Licínio, Imperadores, encontrando-nos em Milão para conferenciar a respeito do bem e da segurança do império, decidimos que, entre tantas coisas benéficas à comunidade, o culto divino deve ser a nossa primeira e principal preocupação. Pareceu-nos justo que todos, os cristãos inclusive, gozem da liberdade de seguir o culto e a religião de sua preferência. Assim qualquer divindade que no céu mora ser-nos-á propícia a nós e a todos nossos súditos. Decretamos, portanto, que não, obstante a existência de anteriores instruções relativas aos cristãos, os que optarem pela religião de Cristo sejam autorizados a abraçá-las sem estorvo ou empecilho, e que ninguém absolutamente os impeça ou moleste... . Observai outrossim, que também todos os demais terão garantia a livre e irrestrita prática de suas respectivas religiões, pois está de acordo com a estrutura estatal e com a paz vigente que asseguremos a cada cidadão a liberdade de culto segundo sua consciência e eleição; não pretendemos negar a consideração que merecem as religiões e seus adeptos. Outrossim, com referência aos cristãos, ampliando normas estabelecidas já sobre os lugares de seus cultos, é-nos grato ordenar, pela presente, que todos que compraram esses locais os restituam aos cristãos sem qualquer pretensão a pagamento... [as igrejas recebidas como donativo e os demais que antigamente pertenciam aos cristãos deviam ser devolvidos. Os proprietários, porém, podiam requerer compensação.]
Use-se da máxima diligência no cumprimento das ordenanças a favor dos cristãos e obedeça-se a esta lei com presteza, para se possibilitar a realização de nosso propósito de instaurar a tranquilidade pública. Assim continue o favor divino, já experimentado em empreendimentos momentosíssimos, outorgando-nos o sucesso, garantia do bem comum." (Édito de Milão)

A benevolência do Noivo ia além dos objetivos da Noiva, podemos ver que liberdade era para todas as religiões de credos.

Essa liberdade, no entanto, não durou muito. Após a morte de Constantino, seus filhos usaram contra aqueles que não eram Cristões os mesmos instrumentos de opressão que Nero usava contra os Cristões. Exatamente, após a morte de Constantino, mudou a história, agora quem não era cristão era perseguido. Essa reação contra as outras religiões estabeleceu o Cristianismo como a religião oficial do estado de Roma, e entrou em ação uma impura aliança entre Igreja e Estado. Essa impura relação começou nesse ponto da história e marcha profeticamente em passos largos para consumação dos tempos (Apocalipse 11). Uma vez que Roma declarou o Cristianismo como sendo a Religião do Estado, a igreja Romana foi instantaneamente vestida com poder civil e começou a perseguir a todos aqueles que na concordavam com suas crenças.    

Foi Nessa época, após a morte de Constantino, que Imperador Romano Teodósio, em 380 D.C, fez mais um Édito. Chamado de Édito de Tessalonica “pelo qual estabeleceu que a "religião católica" tornar-se-ia a religião de estado exclusiva do Império Romano, abolindo todas as práticas politeístas dentro do Império e fechando templos pagãos” (Wikipédia)     

Ao fazer isso a Igreja vergonhosamente cumpria o que Paulo estava com medo que fosse acontecer, quando ainda no primeiro século a Igreja já estava se desviando.

Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo.
Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo. (2 Coríntios 11:2-3)

A igreja (nessa época já com letra minúscula mesmo de propósito) já estava sendo enganada em vários sentidos, já estava muito distante dos ensinamentos de Jesus e dos apóstolos. Podemos ver pela perseguição da igreja contra os que eram contra suas crenças, e ao contrario uma vez quando alguns samaritanos não receberam Jesus e seus discípulos Tiago e João perguntaram “Senhor, queres que mandamos descer fogo dos céus para os consumir?”, mas Jesus rebateu eles dizendo “Vós não sabeis de que espírito sois. Pois o filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salva-las” (Lucas 9:54-55)

Não significa que os que o rejeitam a ele e a seus ensinamentos não sofrerão julgamento, mas ele sabia que o julgamento ainda está por vir:

Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo.
Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia. (João 12:47-48)

Até lá, a responsabilidade da Igreja era de ser a luz do mundo, mostrando pura devoção a Jesus Cristo, expressando sacrifício, amor e bondade, se fazendo digna de ser a noiva do cordeiro.
  
Mas hoje mais de 2000 anos se passou desde a pura devoção descrita no livro de Atos, uma vida comum de amor e unidade onde todos eram participantes nos serviços e adoração e tinham tudo em comum. Hoje os Cristões ricos oprimem seus irmãos pobres, e um clero profissional são “Pastores” ou “Padres” do povo.

Como disse uma vez o Historiador Tony Lane “A Igreja cristã entre 100 D.C e 500 D.C mudou além do reconhecimento”. Então como ele mesmo disse, está irreconhecível.

Então é uma pequena surpresa que a igreja cometeu adultério com o Rei da terra. Ela se esqueceu da aliança que tinha com Jesus. Se unindo com o Estado, ela se mostrou sendo “do mundo”, contrariando as palavras do seu “agora esquecido” mestre enquanto ele enfrentava a Cruz:

Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. (João 18:36)


Natal, Páscoa, e Domingos (erros)

Paralelo a todos esses acontecimentos, com o Édito de Milão e o Édito de Tessalonica outros erros foram colocados no mundo Cristão. Erros que hoje em dia eu diria que são irreparáveis, e que leva a 99,9% dos Cristões a viver uma mentira que infelizmente os afastam de Cristo.

Em 7 de março de 321, Constantino decretou a primeira “Sunday law” ou “lei do domingo” da história.

Essa lei decretava o domingo como dia de descanso oficial em Roma.

“...deixe todos os Juízes e comerciantes e pessoas em geral descansar no dia venerado ao Deus Sol (Sunday)...  (The Code of Justinian, Book 111, title 12, law 3.)

Dentro de poucos anos mais cinco “leis do domingo” foram criadas para dar mais força a essa prática. 

Nestas leis o cristianismo nunca foi mencionado, o dia é chamado “dia venerado ao Deus Sol” , “the Venerable Day of the Sun” (venarabili die solis). Esse era o nome místico dado ao dia de Mithra (Thamuz) , o Deus Sol.

Na época tanto os pagões como os cristãos sabiam muito bem disso. É um fato histórico que quando Constantino promoveu essas leis do domingo, forçando a observância do domingo, ele ainda era um adorador do Rei Sol Invictus.

A intenção de Constantino com essa Lei era política. Era um meio de unir todas as Religiões em um grande conglomerado: a Igreja Cristã de Roma. Ele acreditava que isso faria o império mais forte e com mais capacidade de se defender das tribos do norte.

Mas os lideres cristões de Roma viram isso como uma grande oportunidade para a autoridade do Bispo de Roma (Mais tarde chamado de Papa) sobre todas as outras congregações cristãs.

O bispo de Roma encorajou Constantino a aplicar essa lei do domingo. Eusébio o bispo de Ceasarea na época fez essa declaração:

“All things whatsoever it was duty to do on the [seventh day] Sabbath, these we [the church] have transferred to the Lord’s day [Sunday].”—Commentary on the Psalms, in Migne, Patrologia Graeca, Vol. 23, Col. 1171.”

Traduzindo ele diz que, “todas as coisas que eram observadas no sábado, nós (a igreja) estamos transferindo para o dia do Senhor (Domingo)”.

Isso era o começo de algo novo para a igreja Cristã. Roma, a cidade do dinheiro era a mais política e corrupta das cidades. Os lideres cristãos de Roma, eram os mais corruptos e liberais que existiam. Para aumentar seu poder, colocar esse “costume” ao redor do mundo e aumentar seu poder político no império o Papa da época Silvestre I junto com Constantino reuniram conselheiros da Igreja para propagar essa apostasia para outras igrejas cristãs.

No ano de 325 D.C, se reunia o Primeiro Concílio de Nicéia.

O Primeiro Concílio de Niceia foi um concílio de bispos cristãos reunidos na cidade de Niceia da Bitínia (atual İznik, Turquia), pelo imperador romano Constantino I em 325 d.C.. O concílio foi a primeira tentativa de obter um consenso da igreja através de uma assembleia representando toda a cristandade.
O seu principal feito foi o estabelecimento da questão cristológica entre Jesus e Deus, o Pai; a construção da primeira parte do Credo Niceno; a fixação da data da Páscoa; e a promulgação da lei canônica. (Wikipedia)

Fixaram a Pascoa em um domingo, e usando tradições Pagãs da deusa da primavera Ishtar. Ver o post A verdadeira páscoa
Imediatamente o Imperador Constantino decretou um ordem imperial, onde todos deveriam obedecer o que foi decidido no concílio de Niceia.
Igreja e Estado tinham se unido, e qualquer cristão indo contra seria perseguido.
Chegando até aqui, e vendo como o Paganismo se infiltrou na Igreja no terceiro e quarto séculos agora fica mais fácil entender porque não devemos celebrar o Natal.

Natal


O Natal veio do Paganismo, e nada tem a ver com Jesus Cristo. Autoridades históricas demonstram que, durante os primeiros 3 séculos da nossa era, os cristãos não celebraram o Natal. Esta festa só começou a ser introduzida após o início da formação daquele sistema que hoje é conhecido como Igreja Romana (isto é, no século 4o). Somente no século 5o foi oficialmente ordenado que o Natal fosse observado para sempre, como festa cristã, Em 25 de dezembro...no mesmo dia da festividade Pagã romana em honra ao nascimento do deus Sol, Thamuz, já que não se conhecia a data exata do nascimento de Cristo.

Se fosse da vontade de Deus que guardássemos e celebrássemos o aniversário do NASCIMENTO de Jesus Cristo, Ele não haveria ocultado sua data exata, nem nos deixaria sem nenhuma menção a esta comemoração, em toda a Bíblia.

Ao invés de celebrarmos uma festa de origem não encontrada na Bíblia mas somente no paganismo... deveriamos a adorar Deus, a relembrar biblicamente a MORTE do nosso Salvador, e a biblicamente pregar esta MORTE e seu significado, a vitoriosa RESSURREIÇÃO do nosso Salvador, Sua próxima VINDA gloriosa, sua mensagem de SALVAÇÃO para os que crêem verdadeiramente.


1. Jesus não nasceu em 25 de Dezembro


Quando Ele nasceu "... havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho." (Lucas 2:8). Isto jamais pôde acontecer na Judéia durante o mês de dezembro: os pastores tiravam seus rebanhos dos campos em meados de outubro e [ainda mais à noite] os abrigavam para protegê-los do inverno que se aproximava, tempo frio e de muitas chuvas (Adam Clark Commentary, vol. 5, página 370). A Bíblia mesmo prova, em Cant 2:1 e Esd 10:9,13, que o inverno era época de chuvas, o que tornava impossível a permanência dos pastores com seus rebanhos durante as frígidas noite, no campo. É também pouco provável que um recenseamento fosse convocado para a época de chuvas e frio (Lucas 2:1).


2. A verdadeira Origem do Natal


O Natal é uma das principais tradições do sistema corrupto chamado Babilônia, fundado por Nimrode, neto de Cam, filho de Noé. O nome Nimrode se deriva da palavra "marad", que significa "rebelar". Nimrode foi poderoso caçador CONTRA Deus (Gn 10:9). Para combater a ordem de espalhar-se:

- criou a instituição de ajuntamentos (cidades);

- construiu a torre de Babel (a Babilônia original) como um quádruplo desafio a Deus (ajuntamento, tocar aos céus, fama eterna, adoração aos astros);

- fundou Nínive e muitas outras cidades;

- organizou o primeiro reino deste mundo.

A Babilônia é um sistema organizado de impérios e governos humanos, de explorações econômicas, e de todos os matizes de idolatria e ocultismo.

Nimrode era tão pervertido que, segundo escritos, casou-se com sua própria mãe, cujo nome era Semiramis. Depois de prematuramente morto, sua mãe-esposa propagou a perversa doutrina da reencarnação de Nimrode em seu filho Tamuz. Ela declarou que, em cada aniversário de seu natal (nascimento), Nimrode desejaria presentes em uma árvore. A data de seu nascimento era 25 de dezembro. Aqui está a verdadeira origem da árvore de Natal.



 Semiramis se converteu na "rainha do céu" e Nimrode, sob diversos nomes, se tornou o "divino filho do céu". Depois de várias gerações desta adoração idólatra, Nimrode também se tornou um falso messias, filho de Baal, o deus-sol. Neste falso sistema babilônico, a mãe e o filho (Semiramis e Nimrode encarnado em seu filho Tamuz) se converteram nos principais objetos de adoração. Esta veneração de "a Madona e Seu Filho" (o par "mãe influente + filho poderoso e obediente à mãe") se estendeu por todo o mundo, com variação de nomes segundo os países e línguas. Por surpreendentemente que pareça, encontramos o equivalente da "Madona", da Mariolatria, muito antes do nascimento de Jesus Cristo!

Nos séculos 4o e 5o os pagãos do mundo romano se "converteram" em massa ao "cristianismo", levando consigo suas antigas crenças e costumes pagãos, dissimulando-os sob nome cristãos. Foi quando se popularizou também a idéia de "a Madona e Seu Filho", especialmente na época do Natal. Os cartões de Natal, as decorações e as cenas do presépio refletem este mesmo tema.


A verdadeira origem do Natal está na antiga Babilônia. Está envolvida na apostasia organizada que tem mantido o mundo no engano desde há muitos séculos! No Egito sempre se creu que o filho de Ísis (nome egípcio da "rainha do céu") nasceu em 25 de dezembro. Os pagãos em todo o mundo conhecido já celebravam esta data séculos antes do nascimento de Cristo.


Jesus, o verdadeiro Messias, não nasceu em 25 de dezembro. Os apóstolos e a igreja primitiva jamais celebraram o natalício de Cristo. Nem nessa data nem em nenhuma outra. Não existe na Bíblia ordem nem instrução alguma para fazê-lo. Porém, existe, sim, a ordem de atentarmos bem e lembrarmos sempre a sua morte (1 Corintios 11:24-26, João 13:14-17)


3. Um Natal "corrigidamente cristão" poderia agradar a Cristo?


Há pessoas que insistem em que, apesar das raízes do Natal estarem no paganismo, agora elas não
observam o Natal para honrarem um falso deus, o deus sol, senão para honrarem a Jesus Cristo. Mas diz Deus:


"Guarda-te, que não te enlaces seguindo-as, ...; e que não perguntes acerca dos seus deuses, dizendo: 'Assim como serviram estas nações os seus deuses, do mesmo modo também farei eu.' Assim não farás ao SENHOR teu Deus; porque tudo o que é abominável ao SENHOR, e que Ele odeia, fizeram eles a seus deuses; ...". (Deuteronomio 12:30-31)



 "Assim diz o SENHOR: 'Não aprendais o caminho dos gentios, ... Porque os costumes dos povos são vaidade; ...'" (Jeremias 10:2-3).



 Deus disse-nos claramente que não aceitará este tipo de adoração: ainda que tenha hoje a intenção de honrá-Lo, teve origem pagã e, como tal, é abominável e honra não a Ele mas sim aos falsos deuses pagãos.

Deus não quer que O honremos "como nos orienta a nossa própria consciência":


"Deus é Espírito; e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade". (João 4.24).



 O que é a verdade? Jesus disse que a Sua palavra, a Bíblia, é a verdade (João 17:17). E a Bíblia diz que Deus não aceitará o culto de pessoas que, querendo honrar a Cristo, adotem um costume pagão:


"Mas em vão me adoram, ensinando doutrina que são preceitos dos homens." (Mateus 15:9).


A comemoração do Natal é um mandamento (uma tradição) de homens e isto não agrada a Deus.


"E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus" (Mat 15:6).


"Assim não farás ao SENHOR teu Deus; porque tudo o que é abominável ao SENHOR, e que ele odeia, fizeram eles a seus deuses..." (Deut 12:31)

Não podemos honrar e agradar a Deus com elementos de celebrações pagãs!


E que diz Deus? Devemos "adaptar e corrigir o erro"? Ou devemos praticar "tolerância zero, separação total"?


"Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas." (Apocalipse 18:4)


Em breve farei um estudo sobre o Concílio de Nicéia, e outras consequencias que esse Casamento Igreja/Estado provocou aos Cristões.